Um dos maiores erros de gestão consiste em misturar o dinheiro da empresa com o do seu proprietário. Pagar o colégio das crianças no caixa da empresa, ou comprar matéria-prima com seu cartão pessoal leva ao descontrole e, em pouco tempo, já não se sabe mais se você está consumindo o dinheiro que deveria estar gerando renda para você ou se o seu dinheiro pessoal está financiando a empresa, ocultando deficiências na gestão do fluxo de caixa ou na margem de lucro.
Estabeleça um percentual máximo de dividendos ou pró-labore para retirada periódica: esse dinheiro é sagrado! Se a empresa não consegue pagar seus rendimentos, refaça as contas: ou a empresa não está gerando o lucro esperado ou as retiradas propostas estão acima da capacidade financeira da empresa. Lembrando que toda empresa em início de operação precisa de um tempo para maturar o suficiente a ponto de permitir retiradas de lucros e pro-labore.
Não use o caixa da empresa para pagar despesas pessoais: se as retiradas previstas não estão sendo suficientes à sua sobrevivência, você precisa rever seu orçamento pessoal ou gerar renda extra. Mas nunca pegue empréstimos no caixa da empresa, caso contrário, esta, que é sua fonte de renda, poderá ficar em apuros, sem dinheiro para comprar matéria-prima ou para pagar seus empregados e demais contas básicas essenciais à sua adequada operação.
Mantenha um capital de giro suficiente para que a empresa possa fazer frente às despesas mensais, especialmente quando há grande espaçamento entre o período de pagamento de fornecedores e o recebimento efetivo das vendas a prazo.
Máquinas e equipamentos possuem um tempo limite de produção. Expirado este tempo, começam a quebrar com frequência e os gastos com manutenção acabam por consumir sua margem de lucro. Ademais, com o constante desenvolvimento da tecnologia, vão se tornando obsoletos e sua empresa corre o risco de perder espaço em função de uma concorrência mais moderna e eficaz no atendimento às necessidades dos clientes.
Assim, é muito importante sempre guardar uma parte dos lucros para reinvestir, quando necessário, ou ainda, fazer frente a despesas não previstas, como a necessidade de realizar uma obra, melhoria das instalações, mudança de endereço, reposição temporária de empregados afastados por licença médica, dentre outros.
Quem não sabe para onde quer ir, fica à deriva e perde o lugar para quem navega rumo ao atendimento à necessidade dos clientes e do mercado. Para sobreviver em uma economia tão complexa é essencial conhecer o seu cliente, o seu mercado, ter idéia de direção e corrigir o rumo quando necessário.
Se você que é dono da empresa, investiu seu suado dinheiro para criar um empreendimento, depende dos resultados financeiros para ser remunerado, não está preocupado em administrar a empresa de perto, o que o faz crer que um empregado que ganha, muito provavelmente, um piso salarial, irá cuidar por você?
Não que empregados não sejam confiáveis. Não se trata de confiança: trata-se de motivação. Se a idéia é ficar em casa e deixar o dinheiro trabalhar sozinho, melhor investir no mercado financeiro. Nenhuma empresa anda sozinha. Uma boa administração e acompanhamento é essencial ao sucesso de qualquer empresa.
Fechar um grande contrato, capaz de pagar todas as contas e gerar um lucro considerável é fantástico. Mas ter todo o seu negócio baseado em um único cliente é certeza de problemas em um futuro próximo. Se, por algum motivo, o cliente atrasa o pagamento ou rescinde o contrato, acabou a sua empresa.
Diversifique! Busque alternativas. Um bom contrato não é garantia de futuro certo.
Beijos,
E até a próxima…
Se você é como eu, que adora tecnologia, especialmente quando se refere a máquinas de bordado, costura, computadores, tablets e afins, certamente está se perguntando: está na hora de trocar de máquina? Oi? Máquina de bordar? Siiim!!! Adivinha! Nas horas vagas eu amo fazer patchwork e quilts bordados… Pintura em MDF, tricot, crochet… pense em uma forma de artesanato e, muito provavelmente eu já estive por lá…
Porém, uma coisa é a modernização por hobby: eu compenso o custo dos equipamentos e materiais substituindo no orçamento pessoal outros itens que não considero tão relevantes na minha vida. Ao invés de trocar de carro, por que não comprar uma bordadeira computadorizada ou uma super máquina de costura com potência suficiente para costurar um acolchoado? Não que seja certo ou errado trocar de carro ou comprar um celular de última geração, por exemplo. É tudo uma questão de preferência pessoal, escolhas e, é claro, planejamento para não apertar nas contas…
Mas quando estamos falando de investimento e negócios, a história é um pouco diferente. Todo investimento em modernização precisa fazer sentido: a compra de novos equipamentos permitirá aumentar a produção e/ou o faturamento, sem afetar as margens de lucro? Não modernizar, poder colocar a empresa em risco, abrindo espaço para a concorrência? Qual o valor que o novo equipamento agregará ao seu negócio e ao cliente? Lembrando: “valor” não é a quantidade de dinheiro, mas sim, de “interesse” ou “desejo” que se pretende agregar.
Vamos a um exemplo: supondo que você tenha uma confecção de bolsas de tecido (ecobags). A empresa não tem empregados e produz, mensalmente, 3.000 peças a um custo unitário de R$ 10,00. As peças são vendidas a R$ 15,00, gerando uma margem de lucro de R 5,00 por peça, ou seja, 33,33%. Porém, analisando o mercado, você percebeu que se as sacolas tiverem alguns detalhes bordados, como o nome da pessoa ou empresa que adquire as bolsas ou imagens de personagens infantis, talvez seja possível ampliar o mercado de vendas, aumentar a quantidade de peças vendidas e/ou o preço de venda aplicado atualmente. Vamos fazer as contas?
Peças produzidas por mês ( q ): | 3.000 | |||
Preço de venda médio ( PV ): | R$ 15,00 | |||
Custo de mercadoria vendida (CMV): | R$ 10,00 | |||
(incluindo tributos) | ||||
Faturamento no mês ( q x PV ): | R$ 45.000,00 | |||
Lucro Líquido: q x ( PV – CMV): | R$ 15.000,00 | |||
Lucro por peça (PV-CVM): | R$ 5,00 | 33,33% | ||
Preço do equipamento e acessórios (a): | R$ 9.000,00 | |||
Tempo de vida útil (em anos = t): | 5 | |||
Manutenção anual (m): | R$ 450,00 | |||
Custo mensal: | ||||
Depreciação: a / (t * 12) | R$ 150,00 | |||
Provisão para manutenção ( m / 12): | R$ 37,50 | |||
Operador (remuneração e encargos): | R$ 3.000,00 | |||
Material (linha, entretela, agulhas, etc): | R$ 200,00 | |||
Energia elétrica: | R$ 100,00 | |||
Total: | R$ 3.487,50 | |||
Custo adicional por peça: | R$ 1,16 | |||
CMV novo (CMV + custo adicional): | R$ 11,16 | |||
Mantendo a margem de lucro anterior | ||||
o preço final passaria para: | R$ 16,74 | (PV x CMV novo) / CMV anterior |
Agora, antes de decidir pela aquisição, você precisa responder às seguintes perguntas:
1. Você possui disponível o valor do investimento (no nosso exemplo, R$ 9.000,00)? Caso não tenha disponível o valor necessário ao investimento, não esqueça de incluir o valor dos juros no custo de aquisição. E, nunca, nunca, nunca, jamais em tempo algum se esqueça: o valor disponível para a compra de bens e mercadorias de forma parcelada não é a sua receita bruta (no exemplo acima, R$ 45.000,00), mas sim, um percentual da sua margem de lucro mensal (a parcela dos R$ 15.000,00 que você não utiliza como capital de giro ou como retirada para sustento próprio). O ideal é que você faça uma “reserva de lucros” para investimentos futuros, evitando o gasto com juros e endividamento da empresa.
2. Seu produto continuaria viável a um preço de venda de R$ 16,74?
3. Você teria condições (tempo disponível) para produzir mais de 3.000 peças mensais ou seria necessário contratar mais um operador? Caso necessite mais um operador, não se esqueça de incluir este valor nos custos.
4. Caso decida aumentar a produção, existe mercado para estes produtos?
5. O que muda no seu planejamento estratégico em termos de distribuição, mercado e parcerias?
Importante:
Bjs.
E até a próxima…
Imagem de Magic Creative por Pixabay
O grande número de empresas que vendem produtos similares e que podem ser adquiridos em apenas dois ou três clique tornam as vendas presenciais bastante desafiadoras. Desta forma, a abordagem e a forma de apresentar seu produto ou sua empresa pode fazer toda a diferença não apenas para realizar uma boa venda, mas, principalmente, fidelizar o cliente. Descubra neste artigo como aumentar suas vendas, com 6 dicas simples:
Cliente satisfeito é fonte de indicações. Que aumentar as vendas? Invista em um bom atendimento.
Boas vendas e até a próxima!
By Andréia Frota
Esta semana decidi retirar meus recursos financeiros de uma das maiores empresas de investimentos do Brasil. Por que? Já explico…
Sou uma pessoa que gosta muito de planejar e preparar tudo com antecedência. Eu sabia que teria recursos extras para receber neste mês e, assim, vinha pesquisando há algum tempo quais seriam os melhores investimentos para maximizar meus rendimentos e, com isso, antecipar o atingimento das metas programadas.
A empresa ofereceu um assessor para fazer minha orientação. Expliquei ao assessor meus objetivos e metas. Porém, o assessor não quis nem conversar: disse que seria melhor nos falarmos quando os recursos já estivessem na conta. Primeiro ponto negativo: o descrédito. O assessor, em um primeiro momento, achou que estaria desperdiçando seu tempo em uma primeira conversa com um cliente que ainda não possuía recursos em conta. Se alguém com uma meta ambiciosa de juntar R$ 2 milhões em 12 anos não interessa à investidora, porque eu vou me interessar por ela? Mas resolvi dar o benefício da dúvida…
O dinheiro chegou, fiz o aporte e… o consultor sumiu! Enviei e-mails, liguei e… nada! Véspera de carnaval, fiquei a ver “blocos” e o dinheiro ficou parado na conta. Mais um ponto negativo: a empresa descumpriu um compromisso assumido com o cliente.
Quarta-feira de cinzas. Já irritada com o dinheiro parado sem render nada, decidi aplicar parte dos recursos sozinha. Como disse, já havia feito meu “dever-de-casa” e sabia o que queria. O assessor seria apenas uma segurança a mais, de poder contar com um especialista no assunto. A pesquisa incansável e a superação do medo de lidar sozinha com aplicações financeiras não usuais para o meu perfil de investidora renderam frutos: 3,51% de valorização em 2 dias… Mais um ponto negativo para a empresa: o suposto valor agregado que me levou a buscar a empresa (a oferta de um assessor de investimentos) não me serviu para nada… talvez eu tivesse conseguido resultados melhores com um assessor, mas como minha meta é atingir resultados melhores do que investimentos em títulos do tesouro e CDBs, já estou feliz com o andar da carruagem… O resultado final das minhas escolhas só vou conhecer daqui há alguns anos, afinal, ações e fundos imobiliários são investimentos para longo prazo. Mas foram minhas escolhas e estou feliz com elas. Se não ficar feliz com os resultados, eu repenso depois…
Lembrando que isto não é recomendação de como tratar seus investimentos: o ideal é sempre consultar um especialista. Meu objetivo aqui é apenas mostrar erros comuns no atendimento a clientes que acabam levando à perda de um ou de muitos clientes.
De qualquer forma, as coisas não pararam por aqui. O pior ainda estava por vir. Estou há algum tempo acompanhando fundos de investimento imobiliário e identifiquei uma oportunidade de subscrição de cotas a R$ 100,00 + taxas (R$ 2,21). Comentei com um amigo, que é atendido pelo mesmo assessor. Fizemos então o registro do interesse em participar da emissão. Nossas reservas foram confirmadas. Recebi a informação, por escrito, de que poderia colocar os recursos para liquidação do investimento em 01/03/19. Na data prevista, os recursos estavam em conta. Este fundo, na última sexta (08/03/19), fechou sua cotação na bolsa em R$ 112,09. Uma valorização do investimento de 9,66% em uma semana, certo? Errado! Meu investimento nunca foi liquidado. Depois de questionar a falta de liquidação (e o dinheiro correspondente parado em conta) eu soube que, na verdade, por ainda não ter investimentos na corretora eu deveria ter disponibilizado os recursos em 25/02. Super pontonegativo: informações erradas prestadas pela empresa me causaram a perda de oportunidade de valorização de um investimento em quase 10%.
O assessor então diz que tem uma outra oportunidade que poderia gerar um ganho semelhante, uma outra subscrição de cotas de outro fundo imobiliário. Mas como ele não tinha certeza ainda da data de liquidação, ficou de colocar os recursos que estavam parados na conta em uma renda fixa de liquidez diária e me ligar depois com as informações. Dois superpontos negativos que levaram à minha decisão final de retirar os recursos da empresa de investimento:
Em resumo, se você possui uma empresa cujo negócio é a oferta de serviços especializados, evite estes erros primários de atendimento:
Mãos à obra,
E até a próxima…
Bjs.
By Andréia Frota
Começar um novo negócio, imaginar a concretização do sonho de independência financeira é sempre revigorante e… assustador! Vem aquela vontade de ver tudo acontecendo “para ontem” e, ao mesmo tempo, bate aquele friozinho na barriga, e lá vem a famosa pergunta “e se…”: o medo de fracassar. Assim, muitas idéias morrem sem nem ao menos terem a chance de chegar ao papel, enquanto outras se transformam em realidade rápido demais, sem passarem pelo tempo necessário de amadurecimento, fracassando logo em seguida… Azar? Desejo do destino? Não! Falta de planejamento adequado…
Mas… Andréia, e a crise? As eleições, a lava-jato? Eu respondo: não importa o cenário econômico ou político, todos nós temos que sobreviver! Nosso futuro e o de nossos filhos depende da nossa capacidade de adaptação constante a qualquer cenário. Planejar, replanejar e planejar novamente tantas vezes quanto forem necessárias.
Portanto, mãos à obra!
Mas, Andréia, por onde eu começo?
Nesta primeira breve reflexão acima, apresentamos as duas primeiras barreiras que podem atrapalhar seu objetivo de empreender: a ansiedade, que leva à pressa e consequente precipitação de eventos, e o medo. Mas a pressa e o medo não são antagônicos? Nem sempre! Quem já ficou na fila do cinema para assistir “O Exorcista” ou na fila de um parque esperando a vez para embarcar na montanha russa sabe bem como estes dois sentimentos convivem amigavelmente juntos…
Existe alguma forma de amenizar estes agentes? Sim! Papel, caneta e… disciplina. Eu, particularmente, amo planilhas… minha vida está em planilhas!!!! Mas não durmo sem um caderno e caneta na mesa de cabeceira, onde anoto todas as idéias que quero desenvolver mais tarde… Porém, não importa muito se você vai usar o próprio celular para fazer anotações, o tablet, um caderno ou um papel de pão. O importante é escrever, trazer para “o mundo das coisas” aquelas idéias que estão só no seu cérebro e… planejar sempre!
Comece respondendo às seguintes perguntas:
Essa pergunta é importante não só para os negócios, mas para a sua vida em geral. Não adianta traçar metas empresariais se a sua vida particular não possui um direcionamento. Planejar a carreira, vida profissional ou empreendedorismo sem sabermos onde queremos chegar como indivíduos leva ao risco de definição de metas conflitantes e, possivelmente, uma delas ou todas não terminarão como esperado. Exemplo: se você estabelece uma meta de passar mais tempo com a família nos próximos 12 meses, viajar ou iniciar uma faculdade, muito provavelmente estas metas irão conflitar com a criação de um novo empreendimento que irá ocupar grande parte do seu tempo durante sua implantação e acompanhamento.
A meta pela meta não traz satisfação pessoal. Muito pelo contrário. No momento em que a meta for atingida virá aquele primeiro momento de felicidade, seguido do sentimento de “Acabou! E agora?”.
Nossos recursos, tais como “tempo” e “dinheiro”, normalmente, são escassos e sua disponibilidade muito menor do que a que precisamos para realizar todos os nossos desejos. Assim, analisar o motivo pelo qual desejamos algo muitas vezes nos leva à conclusão de que nosso foco não deveria ser aquele, mas sim, algum outro fator, objeto ou evento que pode levar a uma solução mais satisfatória. Ex.: sua meta de empreender está relacionada a um desejo de independência? Mudança profissional? Mudança no período em que consegue ficar em casa? Reduzir o tempo dispendido em trânsito? Ou tem relação com alguma insatisfação no trabalho atual? Note que muitas dessas questões poderiam ser resolvidas por outros meios como, por exemplo, uma negociação de horário ou de execução das atividades em home office. Ou ainda, lidar diretamente com o problema que gerou a insatisfação no trabalho…
Tudo ao mesmo tempo agora não funciona! Selecione seus principais objetivos e priorize: escolha um ou, no, máximo, dois objetivos que você gostaria de atingir no longo prazo (mais de 10 anos). Dois ou três que você gostaria de atingir no médio-longo prazo (entre 5 e 10 anos). Dois de médio prazo (2 a 5 anos) e um ou dois de curto prazo (até 2 anos).
Lembre-se:
Medo é uma força limitadora significativa em todos os aspectos da vida. Medo do fracasso, da fome, de passar necessidade ou de colocar sua família em estado de necessidade, medo da doença, da velhice, ou ainda, de uma velhice em estado de necessidade. Estes medos são reais e tendem a paralisar e impedir movimentos de mudança.
Anote, avalie e planeje ações que poderão amenizar o impacto do medo na concretização de seus sonhos. Medo de ficar sem dinheiro? Trace um plano para criar e manter um fundo de reserva financeira que o permita sentir-se confortável antes de trocar de emprego ou de iniciar um novo empreendimento. Medo de uma velhice em estado de necessidade? Faça planos para uma aposentadoria segura, onde não haja necessidade de contar com o apoio de recursos públicos (INSS, SUS, Farmácia Popular, etc.).
Lembre-se: para tudo existe uma saída. Com planejamento e disciplina, tudo é possível!
Beijos,
E até a próxima…